AMOR - Um sentimento que poucos têm.
O amor é um sentimento de doar-se ao outro, mas sempre respeitando os limites de tudo. O amor é aquele sentimento onde você é de certa forma desapegado à pessoa. Você a ama quando simplesmente se importa com ela, e quer estar do lado dela, mas sabe que se não der, também não se importa, porque o principal do amor é ver a pessoa amada feliz, ainda que seja com outro. Sei que é meio utópico dizer isso, mas a realidade é que ninguém ama de verdade. Porque o que chamamos de "amor" é um sentimento egocêntrico, apenas "você" importa apenas o SEU sentimento, e a sua fantasia de que aquela pessoa é a sua princesa encantada ou o príncipe azul. Eu diria que a nossa concepção de amor é muito distorcida. O verdadeiro amor visa à felicidade da outra pessoa. Deveríamos estar felizes porque quem nós amamos está feliz. É o sentimento de dar e não pedir nada em troca. É lutar, respeitar a quem se ama. Quando você luta para nunca ver a pessoa que gosta chorar.
Mas infelizmente não é assim que ocorre. Muita gente confunde amor com obsessão. E é aí que vem a obsessão:
OBSESSÃO - Compulsivo e egocêntrico.
O obsessivo amoroso enxerga na pessoa amada um ideal de relacionamento que só existe para ele. Devido a isso, podemos pensar que a obsessão amorosa é diferente do amor em si. Amor é natural ou muito próximo disso, uma vez que, é um sentimento espontâneo. A obsessão em contrapartida vem com força colada a idéia de poder, onde este poder reina sobre esta pessoa, numa espécie de domínio, obrigação. Vale à pena afirmar: todas as compulsões são sinais de comprometimento psicólogico, e desta forma, é necessário esclarecer que o compulsivo amoroso não está de fato apaixonado pelo outro, mas pelo significado que ele próprio dá a este outro. Cria-se uma imagem perfeita deste outro, onde se supri e desprezam-se traços reais e negativos da pessoa.
Quando não conseguimos ser sozinhos ou individuais, quando precisamos sempre do outro pra viver nossas vidas. E isso é muito ruim! Imagina vocês estar sempre na sombra da outra pessoa pra tudo? Não conseguir ser um, precisando sempre ser dois para ser completo? Sou a favor da independência! Quanto maior a independência da pessoa com relação ao seu amor, maior será o seu amor.
"O obsessivo amoroso "destrói" a pessoa real, mesmo sendo em aspecto simbólico, pois o obsessivo desconsidera a vontade própria do amado, aonde muitas vezes chega a pensar: "ou ela é minha (meu), ou não é de ninguém!". Desconsidera-se então, totalmente a individualidade do outro, os desejos e passa a construir em seguida, uma linha de raciocínio bastante perigosa.
Mais uma nota, sobre "permissões"...
Como eu sempre falo: "pedir permissão para ser você mesmo é algo que ultrapassa o entendimento. Simplesmente não consigo processar. Um relacionamento é o terreno no qual deveria se sentir completamente à vontade e poder exercer o direito de ser você sem se preocupar com julgamentos, afinal, se aquela pessoa compartilha a vida contigo, nada mais óbvio do que ela saber, entender e aceitar que a tal vida inclui amigos, família, vontade de ficar sozinho(a), gatos/cachorros/iguana; desejo de mandar pra PQP o motorista da frente; anseio desesperado por uma tarde sonolenta e muda na rede. Mas tem gente que não compreende, e o faz por uma única razão: tem uma existência tão vazia que basta uma única pessoa para preenchê-la toda. Mas não dá pra ser a extensão de alguém: é triste demais. Viver um relacionamento baseado em “permissões” é como usar uma tornozeleira de monitoramento: você pensa ser livre e vive felizão nessa ilusão. Quando menos espera, no momento mais divertido, alertam que você passou dos limites e ordenam que volte para seu devido lugar. O equivalente humano do “junto!” canino. Quem necessita conhecer todos os passos do parceiro para se sentir bem, sofre de uma lamentável insegurança travestida de dominação. Em vez de cidadão se tratar e descobrir a razão da necessidade doentia de controle, impõe sua condição ao outro e ainda deixa implícito que isso é “natural” em qualquer casal. Natural é ligar para avisar que vai chegar mais tarde porque decidiu ir ao karaokê. AVISAR. COMUNICAR. DIZER. FALAR. Pedir, pra mim, é usado em duas condições: nas desculpas e na licença. É ridículo pedir permissão para viver a própria vida. O que dá, e pode ser delicioso, é vivê-la ao lado de alguém que tenha uma também. Porque só quem vê sentido em si mesmo, independente de você ou de qualquer pessoa pode ser boa companhia para alguém."
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